Pra começar, quando falamos aqui de engenharia de papéis estamos nos referindo ao trabalho artístico geralmente aplicado a livros ou cartões, e não, ao ramo da engenharia que trata da fabricação do papel celulose. Podemos conceituar a engenharia de papéis como um conjunto de técnicas, onde através da utilização de dobraduras, recortes, abas, e outros mecanismos quaisquer servem para animar as páginas proporcionando os mais diversos efeitos visuais. Esses efeitos são obtidos com elementos saltando a página, escondidos, animados, etc. Em seu livro, Natalie Avella apresenta vários exemplos de trabalhos desse tipo. Um deles, feito pelos designers Penny Baxter e Nicola Grey, é um livro conceitual, onde as páginas podiam ser destacadas e, através das dobraduras e recortes, se transformavam em novos objetos.
Atualmente os engenheiros de papéis, como são chamados os profissionais que dominam essas técnicas, dispõem de cada vez mais artifícios para animar os seus trabalhos. Pode-se dizer que o maior limitador é mesmo a verba do cliente, no caso as editoras, pois tem que se considerar que cada recurso ou elementos adicionados ao trabalho, impacta no valor do resultado final. As partes precisam ser todas coladas manualmente, e isso exige mão-de-obra especializada. Esse manuseio representa grande parte dos custos de produção, sem falar das facas de cortes elaboradas. Para driblar essa questão do custo de produção e mão-de-obra, as editoras tem optado por produzir seus títulos na China, onde esses valores se reduzem dramaticamente.
Os livros que utilizam-se de engenharia de papéis, são comumente denomidados de livros pop-up. O termo Pop-up, foi utilizado pela primeira vez em 1930 pela Blue Ribbon Publishing, e é adotado até hoje, sendo assim, chamados todos os trabalhos do gênero.
Hoje, associamos os livros pop-ups, a um produto para crianças, porém os primeiros livros pop-ups que se tem registro ainda no século XII, eram livros de astrologia voltados para o público adulto. Apenas a partir do século XVIII foi que surgiram os primeiros livros pop-ups voltados para o público infantil. Então, se você já é grandinho, porém, assim como eu, adora livros pop-up, não precisam se preocupar, você não está sozinho.
Vale salientar que a engenharia de papéis não se aplica exclusivamente a livros e cartões, existe uma infinidade de aplicações. Nas imagens abaixo podemos ver o trabalho do estilista Jum Nakao, e suas roupas de papel, um pássaro de Andy Singleton, e um mini teatro de Ed Hutchins, só pra citar três exemplos.
Então pronto, agora é só pegar papel e tesoura e soltar a criatividade.